domingo, 19 de dezembro de 2010

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E ela estava lá, jogada as traças chorando como se pudesse alagar o mundo com suas lagrimas.
No meio da floresta, onde o vento sussurrava alto e as folhas mortas acalentavam seu corpo, ela soluçava enquanto aguardava que seu coração se acalentasse.
Passaram-se horas e ela continuava imóvel, mas quando o dia e a noite se encontravam no horizonte ela conseguiu se acalmar para observar o crepúsculo do dia, mesmo em meio a tanta decepção e tristeza ela sabia que aquilo era uma das cenas mais bonitas que ela já vira e de alguma forma ver como dia e noite se transformavam tão rapidamente a deu certo tipo de esperança.
Ela tinha apenas 17 anos, como alguns diriam já era velha demais para contos de fadas e como alguns outros sempre mencionavam jovem demais para realidade.
Ela se sentia exatamente assim, tentava acreditar em amores fortes e implacáveis, amizades que fossem tão fortes que nada as destruiria e ainda que para pessoas boas, coisas boas sempre acontecem.
Mas ao mesmo tempo que os contos de fadas corriam pela sua mente ela ainda conseguia ver toda a realidade que a cercava, que amores nem sempre são amores de verdade, que amizades podem ser tão frágeis quanto porcelana e que pessoas boas as vezes são aquelas que mais sofrem.
Ela facilmente se encaixava nessa categoria de pessoas boas, apesar de que as vezes achava que isso fosse muito presunçoso de se pensar.
As pessoas que a conheciam podiam certamente dizer, que isso não era nenhum pouco presunçoso. Ela era uma garota que esbanjava alegria e preocupação com os outros, ela era tão bondosa e caridosa que isso as vezes chegava a ser um defeito enorme.Se pudesse, se tivesse a força e os meios suficientes para agüentar o mundo em suas costas ela com certeza o faria.
Apesar disso tudo, de estar sempre disposta a ajudar e a ser compreensiva parece que quando as coisas estão indo tudo bem, de repente como uma volta de 360 graus tudo começa a dar errado e sua vida vira um caos.
Quando já era muito escuro para ficar sozinha no meio de uma floresta cheia de bichos assustadores ela se levantou, bateu a mão em seu vestidinho balone azul que a deixava com mais cara de criança limpou as lagrimas que ainda insistiam em rolar pelo seu rosto e seguiu pelo caminho de volta para casa.
Pensou em fingir que nada nunca havia acontecido, mas em meio segundo chegou a conclusão de que isso seria impossível. Então organizou suas idéias, seus pensamentos, seus sentimentos ergueu a cabeça e colocou aquela capa que sempre funcionou muito bem. Fingiu que era forte, inabalável e indestrutível. E seguiu em frente como sempre fazia.
Ela tinha plena consciência de que no mundo em que ela vivia não havia espaço para aqueles que fraquejam, para aqueles que se deixam abalar. Ela era esperta a seu modo.

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